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Espinho
 

Os espinhos têm sido matéria da minha poética há alguns anos, aqui surgem engessados como um ritual de cura que seguiu numa espécie de peregrinação e logo com a chegada da covid19 entram em latência.

Engessados aguardam. Em 2022 com a pandemia mais controlada, uma exposição coletiva marca o fim dessa latência e o renascimento do Espinho numa outra trajetória. Espinho rompendo com seu lugar de objeto, renasce como uma intervenção no espaço expositivo maculando a superfície branca e com isso quebrando uma lógica de neutralidade e assepsia para que a arte se mostre.

 

Aqui Espinho é parede/epiderme, não nega o espaço expositivo, sua natureza perfurante fissura a superfície insinuando outras existências concretas e não aparentes, criando uma profundidade para além, tanto imaginária quanto real. Sua ausência é reminiscência da presença, o buraco revela o espaço desse corpo espinho e muitas outras camadas de olhar. O vazio está cheio do imaginário do outro que o vê.

 

O espinho cria trajetórias na superfície.

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