Obras Coletivas
Aqui incluo as obras coletivas das quais participei.
Lambe
2019
“Tinha um lambe no meio do caminho, lambendo o lambe do caminho.”
Projeto com idealização e curadoria de Marcos Bonisson com os grupos Tanganika e Livro Inventado, para ocupação de 7 grandes paredes/muros na zona Norte, Zona Sul e Centro do Rio de Janeiro com lambes lambes em 2019.
Em 2020, transformado em uma publicação virtual produzida a partir do projeto LAMBE LAMBE organizado pelo grupo LIVRO INVENTADO e Tanganika, no Rio de Janeiro.
PROJETO GRÁFICO: PISCINA PÚBLICA EDIÇÕES
WILLIAM CAVALCANTI
CURADORIA: MARCOS BONISSON
REALIZAÇÃO: PISCINA PÚBLICA EDIÇÕES https://piscinapublica.com/lambe
Lastro
2019
O encontro artístico de Fabiano Fernandes e Liliane Braga acontece com a descoberta de madeiras descartadas durante o processo de revitalização da região portuária do Rio de Janeiro. O trabalho surge na concepção de “Lastros”, como instalação. Resgata memórias históricas, naturais, humanas. Ao pendurá-los verticalizados – na estrutura de um antiga fábrica – capturam no olhar as impressões do tempo. “Trazemos à tona o impacto que estas madeiras nos provocam. Um caminho centenário as fez testemunhas/sobreviventes de um trágico passado de comercialização humana. E também de uma realidade que hoje as torna lixo. Transformadas em objeto da nossa arte, denunciam, reencarnam fundamentos. Lastros.”
Bala Boneco
2019
Um produto, um símbolo, uma bala? Não... É a Bala boneco!!!! Uma bala de um imaginário social reúne línguas de artistas a pensar sua condição – de produto, símbolo, ou bala...? Um boneco inflável, ressurgida nos corredores de uma Antiga Fábrica – protagoniza sua condição da mais sutil... delicada, bala rosa, doce boneco. Nesse encontro na Fábrica Bhering, criou-se como desafio e tema central, para esse coletivo. Pensar a bala boneco, uma guloseima ressuscitada, sabor marcante de quem a chupou. Superdimensionado, o boneco, agora solitário, renasce no seu lugar de origem incitando conteúdos invisíveis para além do visível de quem o vê rosa. Lembranças e questionamentos sugeridos pela cor localizam impressões do tempo da “cor”, constituindo ligações de sua própria condição Por isso, propor um inflável que remeta sabor, lembranças a causas diversas sobre esse atual contexto de gênero, trazem relações humanas universais e contemporâneas.
Cadu Lacerda | Isa Valente | Fabiano Fernandes | Liliane Braga | Roberto Romero
3 Tempos
2019
A ideia do trabalho surge do reencontro de dois amigos de muitos anos. Eu, Liliane Braga, morando no Rio com meu atelier em Santa Teresa e Chico Higino*, vivendo e trabalhando no seu atelier em Rio Bonito de Cima – Região de Friburgo.
Cotidianos tão diferentes, inquietações artísticas tão complementares, resultou na proposta de um trabalho em parceria que incluísse essas “diferenças complementares”. O quê e como fazer? A resposta chegou ao olhar em volta. O atelier do Chico fica em meio ao pasto que beira uma floresta preservada e muita água! Oferecendo-se ao nosso olhar imensos e belos troncos tombados – estava escolhida nossa matéria de trabalho. Com a decisão saímos em campo, encontrando não só a beleza desses troncos esculpidos pela natureza, mas também das cores da terra, dos musgos, aranhas, escorpiões e tudo que fala de transformações do tempo, num ciclo perfeito entre vida-morte-vida. Tantas vezes me emocionara com as obras de Krajcberg, ousamos agora querer mergulhar nessa experiência de criar com a criação mais bela que é a natureza. Entrar nesse universo com nosso olhar, criando frutos dessa experiência.
Nossa segunda decisão foi fazer a limpeza em busca do que restasse de madeira – reBrando apenas a matéria em decomposição, assim preservando a forma do tronco hoje. Nesta fase, trabalhamos numa represa com cachoeira de águas cristalina, é como “lavar a alma” da que um dia foi árvore. Tratamos a madeira com o objetivo de preservar essa forma capturada, e trazemos esse material para meu atelier no Rio. Aqui , encontramos o metal, com o qual vinha trabalhando de diferentes maneiras. Fechamos a ideia, a urbanidade do aço com sua resistência a transformações do tempo, sendo o suporte ideal para conter a “alma da árvore”. Mas nossas andanças nos fizeram testemunhas desse resgate, o que foi lavado, retirado e imaginado ficou gravado em nosso coração. Essa foi nossa terceira decisão – contar o que vimos e imaginamos através das cores e formas gravadas no aço com pintura automoBva e com os vergalhões – assim ficamos autores de obras que são resultado do nosso olhar compartilhado e da ação de parceiros. RJ, junho de 2003
*Em memória de Chico Higino, que hoje é estrela nesse mundão de mistérios.